No século XV, William (Matt Damon) e Tovar (Pedro Pascal) são dois mercenários em busca de “pó negro” (pólvora). Depois de escaparem do ataque de uma criatura misteriosa, eles se encontram, acidentalmente, aos pés da Grande Muralha. Lá, eles acabam aprisionados pelos guerreiros chineses, que estão na iminência de sofrerem um ataque. Reza a lenda que, a cada 60 anos, uma horda de monstros tenta transpassar a barreira, para se alimentar dos humanos que vivem do outro lado.
A fotografia de “A grande muralha” é deslumbrante, a utilização das cores e suas nuances combinadas com o ambiente das cenas transformaram o filme em algo visualmente espetacular. Quando a paleta de cores principal era cinza, utilizaram outros elementos para trazer vivacidade e até mesmo quando havia bastante cor em cena conseguiram trabalhar de uma maneira que todas elas harmonizassem. Tem uma cena que achei especialmente lindíssima, os personagens estão dentro de uma torre chinesa e os vitrais – que são bem coloridos – com a incidência da luz refletiam arco-íris para dentro do ambiente, a beleza que isso é proporcionado para quem está assistindo é enorme, sem contar que inúmeras vezes o uso da fotografia, da iluminação e da paleta de cores foram incorporadas como parte da história, como parte do filme, pois conversavam com o todo e junto com outros elementos transmitiam o que a cena deveria passar ao telespectador. Meus caros, isso é arte!
Cada segmento do Exército conseguia trabalhar tão em sincronia que pareciam uma unidade, as habilidades combinadas geravam uma sintonia tão marcante nas cenas em que era preciso lutar, mas não para por aí, pois num todo mesmo tendo suas diferenças, eles conseguiam conviver em harmonia e funcionar muito bem em conjunto.
A trilha sonora é muito boa e destaco aqui os tambores utilizados pelo exército, pois ditam todo o ritmo do combate e nos transportam para dentro da ação, o som vai crescendo e com ele cresce também os movimentos das lutas, nesse crescente somos pegos dentro daquele clima, daquela atmosfera e isso é uma experiência ótima que o filme nos proporciona.
Todos esses elementos engrandecem o filme, cuja narrativa não possui muita inovação, e também traz vários toques de realidade a trama, no entanto, algo que destoa um pouco disso é o CGI, pois nas situações onde os Tao Tei entram em cena podemos notar o quanto essas criaturas são irreais até e principalmente dentro desse cenário tão realístico que eles criaram.
Por fim, a história traz um ensinamento importante sobre a ganância da humanidade, o quão prejudicial ela pode ser se não for nas medidas certas, o quanto precisamos trabalhar em cima dela e traz a confiança, a fé, a amizade e a lealdade como coisas essenciais as relações humanas.
AQUI PODE TER UM SPOILER LEVE, LEIA POR SUA CONTA E RISCO.
Pero (Pedro Pascal) à esquerda e William (Matt Damon) à direita. |
Tanto o protagonista William (Matt Damon) quanto Pero (Pedro Pascal), o seu companheiro, estavam interessados em roubar o pó negro – a pólvora -, no entanto o personagem de Damon teve sua remissão e passou a ser visto como heroi, já Pero seguiu sendo o criminoso e o problema, mais uma vez, seguindo o esteriótipo, visto que o personagem de Pedro é Latino. Meio ultrapassado essas coisas, vocês não acham? É triste, pois o personagem poderia ser usado para trazer representatividade latina, poderiam ter investido na diversidade de uma maneira a não reforçar esteriótipos.
FIM DA ÁREA DE RISCO DE SPOILER: Pode voltar a ler normalmente!
Comandante Lin Mae (Tian Jing) |
E a última ressalva diz respeito as mulheres do filme, além de todas serem bem jovens e bonitas enquanto os homens eram todos aparentemente mais velhos, tem o problema da separação delas em apenas um único segmento do Exército, as mulheres são as que fazem o salto e as acrobacias na hora da luta – e isso é bem badass-, no entanto só as vemos nesse segmento, enquanto há homens em todos os outros, pelo menos no posto de Comandante, o mais alto da hierarquia, é ocupado pela Lin, porém não diminui o fato de que deveria possuir mais mulheres em outras divisões do Exército. Inclusive, senti falta delas no segmento em que há arqueiros, por ser um artifício que eu admiro, seria incrível lutando com arco e flecha, faltou representação feminina em outras posições hierárquicas e isso é um ponto bem negativo do filme.
“A grande muralha” tem seus pontos altos, o que o torna um bom filme, poderia ser espetacular, mas esses pequenos detalhes que não foram bem ajustados, o impediram de chegar a tal posição. No entanto, todo o aspecto visual é de fazer o queixo cair e pela história carregar uma adaptação de uma cultura a que temos pouco acesso, faz valer a experiência de assistir a obra.
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Fundadora e Editora-Chefe. Virginiana e defensora da terra.
Um pouco Lorelai demais, não só na quantidade exagerada de café, mas também na capacidade de falar muito em pouco tempo. Whovian apaixonada. É possível me encontrar, entre um salto temporal e outro, em Doomsday ou em qualquer biblioteca ou cinema do mundo.
Sei bem como é, ando com as coisas tudo atrasadas também, não tá fácil hahha
Uma das coisas que chamou muito minha atenção no filme foi a fotografia e tentei mostrar isso através das imagens no post. Se assistir, me diz depois o que achou <3
E eu ainda não assisti =/
Estou com tanta coisa atrasada. Porém preciso confessar que não sabia desse filme. Achei a fotografia pelas imagens lindas e fiquei curiosa pela história.
Dica anotada!
Beijos
http://www.saidaminhalente.com