A série da Netflix sobre o funcionamento da mente e comportamento dos serial killer, buscou inspiração em um livro, que por conseguinte foi escrito por Agentes do FBI, sendo, portanto, uma obra que beira bastante a realidade. Tais agentes são responsáveis por cunhar o termo serial killer e desenvolver juntamente com uma psiquiatra uma pesquisa a respeito do perfil psicológico, um estudo do que faz alguém ter prazer pela morte de outras pessoas, mais especificamente, ter o prazer por matar. Caso, tenha mais interesse em saber a respeito da série, indico que leia a nossa crítica sobre a primeira temporada.
Tivemos ao longo dessa temporada a apresentação de vários personagens, dentre eles, um grupo de assassinos em série, que fizeram parte da pesquisa e consequentemente podemos presenciar as entrevistas, a fim de conhecer cada um, seja sua personalidade, seu histórico familiar, como foi sua infância, quais seus motivos para assassinar, qual o seu modus operandi e assim chegar a entender quem são e como funciona suas mentes. Então, podemos conhecer um pouco mais a respeito de pessoas que não são apenas personagens, mas sim assassinos em série da vida real, pois eles existiram, de verdade. Vamos saber mais a respeito deles?
Lembrando que CONTÉM SPOILERS.
Edmund Emil Kemper (Ed Kemper)
À esquerda o ator e à direita o próprio Kemper, ambos se parecem demais, é impressionante
Também conhecido como “O Assassino de Colegiais”
Interpretado, em Mindhunter, por Cameron Britton, a semelhança é impressionante, né? O serial killer foi um dos destaques e enfoques da série, uma vez que sua aparição foi frequente e também devido a todo envolvido que teve com os agentes, principalmente com Ford. A representação do assassino em série foi a mais fiel, como representado na série, Ed matou seus avôs, aos 15 anos, indo então para o Hospital Estadual Atacadero, como paciente psiquiátrico da unidade criminosa. As atrocidades de Edmund não pararam por aí, durante 1964 a 1973, assassinou oito pessoas, tendo, ainda, desmembrado as vítimas, decepando a cabeça e utilizando o resto como objeto de estudo de Anatomia Humana. Assustador ao extremo, não é? Mas, acredite, piora. Dessas oito pessoas, uma delas era sua própria mãe, que admitiu Ed ter transado com o corpo dela depois de morta, não bastando, ainda cortou as cordas vocais do corpo sem cabeça, pois segundo ele era possível ouvir a voz dela o perturbando, mesmo depois de morta.
Kemper foi diagnosticado como psicótico e paranóico. Um dos pontos mais brilhantes da série foi mostrar o quanto apesar de tudo, o serial killer tinha simpatia, tendo conquistado amizades entre os policiais e até mesmo dos agentes, que comeram pizza com ele nas entrevistas, e tendo surpreendido Ford e Tench por esquecerem quem realmente ele era. Além de simpático, ele era educado, analítico e “se comportava bem”, Ed obteve amizades com policiais antes mesmo de ser preso, seu maior sonho era trabalhar como policial, mas frustrou-se, pois era alto além do que era pedido no edital. Toda sua personalidade amigável o livrou de ser suspeito, com medo de ser pego fugiu, mas como nunca foi, de fato, suspeito mesmo após a morte da mãe, resolveu confessar os crimes e se entregar.
A infância de Edmund é tão interessante quanto sua mente, desde pequeno sofreu fortes rejeições por parte da mãe, principalmente, por ser tão parecido com o pai, cujo ela tinha se separado. Toda a relação entre eles era conturbada, a mãe o humilhava constantemente, sendo muito religiosa, via a figura masculina como um grande mal a sua filha, tanto é que passou a trancar ele no porão temendo que Ed estuprasse a irmã de 10 anos e também a fim de que o pudesse esconder de sua família. Kemper era constantemente visto como estranho e suas atitudes não deixavam por menos, as pessoas se assustavam com ele, sendo uma delas sua própria avó, que reclamava que o garoto a ficava encarando de forma bizarra. Além disso, Kemper decepou alguns gatos de sua mãe, tem-se comprovado o quanto esses atos de violência animal na infância são indicativos de psicopatia. O serial killer foi bastante importante no estudo realizado pelos detetives, tendo sido uma das primeiras entrevistas deles, que abriu portas para a compreensão da mente desses criminosos.
Ed Kemper foi condenado a prisão perpétua na Califórnia, escapando da cadeira elétrica, pois o estado não possui tal punição.
A quem interessar há um documentário com duas entrevistas do Kemper:
Nota da Pinguim: descobri esse vídeo através de um post no Vida em Série.
Richard Benjamin Speck
À esquerda o ator e à direita o próprio Speck, bem semelhante, não?
Interpretado pelo ator Jack Erdie
Aparece em uma das entrevistas, , em que Ford tenta utilizar de linguagem sexista para fazer com que Speck se abra, no entanto, ele percebe o que o agente tava tramando e atira o pássaro, que vinha cuidando, no ventilador, em uma das cenas mais tensas da série. Talvez, não funcione para todo mundo, agente.
Toda a pose que notamos em Richard nessa entrevista, como a de apresentar estar bem onde está, de se enxergar como quem veio para infernizar, toda a malandragem que faz parte da sua personalidade, é bem real, ele realmente era assim, inclusive, veio a público uma gravação em que o serial killer aparecia fazendo oral em outro detento e cheirando carreiras de cocaínas, dizendo no vídeo que se percebessem o quanto ele se divertia na cadeia, o tirariam de lá. Esse vídeo mostra toda a influência que tinha e o quanto ainda se divertia dentro da prisão. Não é atoa que tem uma tatuagem, no antebraço, na qual se encontrava os dizeres “Born to raise hell”, em português, algo como, criado para causar inferno.
Mas, enfim, Speck era um viciado em alcool e drogas, tanto é que na noite em que torturou, estuprou e assassinou oito mulheres, em 1966, se encontrava alcoolizado e munido de um revólver e uma faca. O assassino em série invadiu uma casa em que residia nove enfermeiras, tendo as amarrado e depois em sequencia, estuprou e matou uma por uma, as mortes foram de formas variadas, algumas enforcadas com roupas ou meia calças, algumas, além disso, foram esfaqueadas no peito, pescoço e olho. A frase que o vemos dizer quando perguntado sobre o porque de ter feito tais atrocidades: “essa não era a noite delas” foi realmente dito pelo serial killer, mas em uma situação diferente da apresentada na série.
Naquela noite, poderia ter sido nove vítimas, mas Cora Amurao, felizmente, conseguiu escapar tendo se escondido embaixo da cama, às cinco da manhã saiu na rua pedindo ajuda, graças ao testemunho dela, ele foi capturado após um residente do hospital, em que ele foi parar por tentativa de suicidio, identificar a tatuagem que Speck tinha no antebraço. O assassino em série foi suspeito de estupro e roubo em outros casos, mas em todos alegava não se lembrar, pois estava sob efeito de álcool ou drogas.
Richard Speck foi condenado a cadeira elétrica em 1972, mas as leis estaduais mudaram e então passou a ter como pena a prisão perpetua, no entanto, morreu aos 49 anos na prisão, tendo, seu corpo cremado.
Jerome Henry Brudos (Jerry Brudos)
À esquerda o ator e à direita o próprio Brudos
Também conhecido como “O assassino Fetichista” e denominado por Wendy Carr (inspirada na Dra. Ann Wolbert Burgess, psicóloga), como “Rei dos Souveniers”
Happy Anderson interpreta Jerry Brutos na série, com um método nada convencional, Ford consegue fazer com que o serial killer finalmente admita os crimes que cometeu, pois mesmo preso com provas, nunca foi possível obter uma confissão do mesmo, Brutos sempre alegava inocência. O agente utilizou a “técnica do sapato”, sabendo que Jerry possuia fetiche por sapato alto e pés femininos, comprou para o assassino em série, um par de sapatos, levando para a entrevista e mostrando ao psicopata, que não demorou muito a demonstrar o quanto aquilo o deixava excitado e, portanto, vindo a confessar os seus atos criminosos. No entanto, na vida real, Brudos confessou com detalhes os assassinatos aos policiais, quando estes, em uma busca pela casa dele, encontraram várias evidências.
Brudos sequestrou e matou por estrangulamento quatro jovens, levando-as até sua garagem, onde as matava, então tirava fotos delas, além disso, calçava os sapatos, se vestia com as roupas das vítimas, masturbava-se e por vezes se fotografava. O fetiche do serial killer começou quando ele tinha 5 anos, depois de brincar com o sapato que encontrou no lixo, o problema é que na adolescência ele passou a perseguir e a agredir mulheres a fim de obter seus sapatos. Aos 17 anos manteve em um buraco meninas como suas escravas sexuais, quando descoberto foi encaminhado a uma clínica psiquiátrica, foi descoberto que nutria um ódio por sua mãe, que o menospreza e destratava por ter-se frustrado com o nascimento de mais um filho menino, esse sentimento de Jerry estendeu-se também às mulheres, de um modo geral. Foi diagnosticado com esquizofrenia.
O assassino em série, não deixava sua mulher entrar na garagem, quando ela queria falar com ele, isso era feito por meio de um interfone instalado por ele, tal medida se deve ao fato de que Jerry possuia uma grande coleção de calçados e roupas íntimas, além de ter o pé esquerdo e dois pares de seios de suas vítimas, que utilizava como peso de papel. Seus assassinatos aconteceram no período de 1968 à 1969.
Foi setenciado a prisão perpetua e enquanto esteve lá era detentor de uma coleção de catálogos de calçados, que dizia ser seu material pornográfico. Morreu aos 67 anos de câncer no fígado.
Monte Ralph Rissell
À esquerda o ator e à direita o próprio Rissell sendo preso algemado
Ator que o interpreta Sam Strike
Na série, Rissell permite que os agentes o entrevistem, mas durante culpa sua mãe por seus crimes, afirmando que se tivesse tido a oportunidade de morar com o pai, não teria realizado nenhum dos seus atos criminosos
O serial killer que possui doze casos de estupros nas costas e cinco em que além de estuprar ainda assassinou as vitimas (sendo essas últimas realizadas durante nove meses em 1976). O primeiro caso de estupro aconteceu quando Monte tinha 14 anos, durante o período em que foi menor de idade, esteve em uma instituição, foi realmente preso aos 19 anos, considerado sádico sexual, teve gosto pelo assassinato após a primeira vez que isso ocorreu. Foi bastante importante para o estudo, pois permitiu que tal perfil, o de sádico sexual, viesse a ser conhecido.
Pouco se sabe sobre sua vida, uma vez que não há tantos registros públicos. Monte pegou 4 prisões perpetuas e atualmente se encontra cumprindo a pena.
Darrell Gene Devier
À esquerda o ator e à direita o próprio Davier, na única foto que encontrei
Interpretado por Adam Zastrow
O único caso da lista em que não se encaixa como sendo serial killer, mas que aqui se apresenta, pois foi um dos grandes casos em que os detetives aplicam o que aprenderam com o estudo e conseguem prender o culpado. Ford faz uso, mais uma vez, de linguagem sexual a fim de deixar o suspeito mais confortável tornando possível uma confissão.
Mary Frences foi estuprada e morta por esmagamento do crânio causado por uma grande pedra, a vítima tinha 12 anos. Os testes do polígrafo mostravam-se inconclusivos, o principal suspeito era Darrell, homem na casa dos 30, que já tinha sido acusado de estupro de menor, uma garota de 13 anos, mas a policia não conseguiu provas suficientes para o incriminar.
A sala de interrogatório foi montada com os objetos obtidos da cena do crime: roupa utilizada pela menina no dia em que foi estuprada e assassinada, um arquivo com o nome de Devier contendo inúmeras folhas em branco para criar a ilusão de que o caso contra ele possuía várias informações a respeito do mesmo e a arma do crime, a grande pedra utilizada para a matar. Gene trabalhava na região em que morava a garota, como cortador de árvores, então sabia os horários em que ela voltava da escola. O interrogatório montado por Ford deu certo e foi obtido, portanto, uma confissão.
Quando Darrell Devier foi preso em 1979 o estado da Georgia não tinha pena de morte, porém passou a possuir em 1983, então ele foi condenado a cadeira elétrica e em 1995 foi executado.
Dennis Lynn Rader
À esquerda o ator e à direita o próprio Rader, tenho um medo dele, as cenas dos crimes eram bizarras
O famoso “Assassino BTK”, interpretado por Sonny Valicenti
Durante a primeira temporada seu nome não chegou a ser citado, mas nem por isso deixou de aparecer, em alguns episódios vemos um homem aprendendo a dar nós e a queimar desenhos de mulheres amarradas.
Dennis Rader foi um veterano das Forças Armadas, sendo, portanto, bem metódico e organizado, inclusive na hora de planejar e executar seus assassinatos. Além disso, era frio e calculista. Vocês devem estar se perguntando porque BTK, a Pinguim explica, a sigla vem de “Bind, Torture, Kill” (tradução: Amarrar, Torturar, Matar), o próprio assassino em série deixava isso escrito nas cenas dos seus crimes, sem contar que se autodenomiva assim.
Foi responsável pela morte de oito mulheres e dois homens, todos foram amarrados com inúmeros materiais e estrangulados. Vestia-se, também, com as roupas das vítimas e tirava fotos sinistras delas, além de fazer poemas a respeito das vítimas. Em alguns casos amarrava bonecas nos corpos de seus alvos, extremamente narcisista enviava cartas e pistas a imprensa indicando autoria dos crimes e geralmente ridicularizava a policia. Devido ao seu ego enorme, foi capturado quando houve o anuncio de que seria escrito um livro sobre seus assassinatos, ele entrou em contato com a policia para saber se poderia ser rastreado por um disquete, pois queria enviar documentos, a policia negou, mas na verdade era bem possível. No Índice de Maldade, BTK foi qualificado como Ranking 22, o máximo que se pode obter, sendo denominado sádico, pois sentia enorme prazer em torturar pessoas e animais. Não é nem um pouco, pouca coisa.
“Quantas pessoas mais tenho de matar para ter o meu nome no jornal e receber alguma atenção nacional?” escreveu a um jornal.
Foi preso em 2005, trinta e um anos após seu primeiro assassinato, escapou por bastante tempo de ser pego, infelizmente. Condenado a 10 prisões perpetuas. No final da primeira temporada, os agentes ainda não sabiam da sua existência. Olá, segunda temporada!
Nota da Pinguim: Os crimes desse cara eram real bizarros, chega a dar um nervoso.
Enfim, eu te desafio a ler todos esses relatos e não ficar, no mínimo, com um incomodo, tem cada coisa tensa. O estudo desenvolvido pelos agentes e pela psiquiatra foram bastante importante para que a gente, hoje em dia, possa compreender como funciona a cabeça dos serial killers, por qual perfil se encaixa tornando mais fácil saber quem procuramos, ainda é preciso, sim, aprimorar ainda mais para que a possamos ter mais efetividade na hora de prender os responsáveis, de forma, a não criar tantos esteriótipos.
Mas, ei, tagarela comigo: Qual deles te deu mais arrepio na espinha? O que achou da primeira temporada de Mindhunter? Gostam de psicologia do crime? Pinguim ama forte!
Lembrando que a segunda temporada já foi anunciada, mas sem data prevista ainda, então aguardemos ansiosamente.
Nota da Pinguim: Não sei porque eu ainda resolvo escrever posts com essa temática de madrugada, fico morrendo de medo depois, mas né faz parte!
Nos acompanha nas redes sociais, tem muita tagarelice boa:
Até a próxima tagarelice e lembrem-se que felizmente esses serial killers não são daqui do Brasil, pode respirar aliviado (a)!
Fundadora e Editora-Chefe. Virginiana e defensora da terra.
Um pouco Lorelai demais, não só na quantidade exagerada de café, mas também na capacidade de falar muito em pouco tempo. Whovian apaixonada. É possível me encontrar, entre um salto temporal e outro, em Doomsday ou em qualquer biblioteca ou cinema do mundo.
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4 Replies to “Mindhunter | Os serial killers da vida real apresentados na série”
Muito obrigada, é bom saber que você gostou da matéria, tentei juntar o que eu já sabia mais as informações sobre a vida desses serial killers. Eu amo essas temáticas e a série me agradou demais, tô bem ansiosa também.
O BTK tem uma história bem interessante, mal posso esperar! Beijos da Pinguim!
Adorei a matéria, uma das mais completas que vi sobre o que é real e o que é ficção 🙂 Eu gostei muito de Mindhunter, terminei essa semana, mas ainda não sei bem exatamente o porquê gostei tanto dela (além da temática psicológica e psicótica, que amo!). Estou bem ansiosa pela segunda temporada e curiosa para ver como o BTK vai se encaixar 🙂 Beijos, Pinguim!
É bastante, né? Mas, muito bom hahah
Muito obrigada, é bom saber que você gostou da matéria, tentei juntar o que eu já sabia mais as informações sobre a vida desses serial killers. Eu amo essas temáticas e a série me agradou demais, tô bem ansiosa também.
O BTK tem uma história bem interessante, mal posso esperar!
Beijos da Pinguim!
Achei bem louco esse seriado!
http://www.ceuemversos.com.br/
Adorei a matéria, uma das mais completas que vi sobre o que é real e o que é ficção 🙂
Eu gostei muito de Mindhunter, terminei essa semana, mas ainda não sei bem exatamente o porquê gostei tanto dela (além da temática psicológica e psicótica, que amo!). Estou bem ansiosa pela segunda temporada e curiosa para ver como o BTK vai se encaixar 🙂
Beijos, Pinguim!